terça-feira, 15 de setembro de 2009


Pára, não me aperta. Não me segura. Não tenta me pegar. Eu sou escorregadia, gosto de ser livre, de passear nas águas dos meus sonhos, nos meus mundos, nos meus mares. Eu sou uma sereia, moro no silêncio, na calma, na tranqüilidade. Não me sufoque, não tente me tirar da água, não tente me pescar. Pode ser que você consiga, mas ao menor descuido, eu escorrego, eu salto, eu caio, nado e fujo. Subjetiva eu sei que eu sou. Não tente adivinhar os meus pensamentos. É mais fácil eu prever o exato momento em que você vai jogar sua rede, do que você conseguir mergulhar no oceano da minha mente. Alguns me pegam distraída e acabo sendo pescada. Mas é só olhar nos olhos, captar as vibrações, ler as entrelinhas e mexer as barbatanas na hora certa para assustar o pescador que acaba sempre devolvendo ao mar a sereia que tanto cobiçou. Água morna? Daí de fora pode até parecer, mas aqui dentro a coisa ferve, borbulha. Frio e viscoso por fora, quente e convidativo por dentro.Quem cai na água e aprende a nadar comigo nunca mais sobe à superfície. Fica encantado, enfeitiçado! Joga-se nas correntes ternas do pensamento, nas marés do imaginário, nas águas cálidas da sedução e do amor. O mundo lá fora é turbulento, mas são poucas as coisas que afetam a paz e a harmonia do submerso. Por vezes as areias se revolvem e tudo fica turvo. Mas as sereias têm bons olhos, sabem exatamente aonde vão e raramente se perdem na imensidão. Quer aprender como se faz? Não é impossível. Respire fundo e MERGULHE

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